TECNOLOGIA E O CORONA – O NOVO NORMAL
- Mario Broggio
- 21 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
As novas tecnologias, redes sociais, aplicativos de comunicação e relacionamento estabelecem uma nova forma de se relacionar, consequentemente originando uma nova forma de fazer negócios.
Diga-se que essa foi sempre uma das constantes em meus textos e de demais autores.
O virtual se torna cada vez mais um desejo humano, com novos adeptos e acólitos, o que não poderia ser diferente, afinal, este novo mundo amplia o contato (ainda que a distância) e relacionamento, permitindo conectar-se com novas pessoas e experiências, expandindo sua base de clientes.
Neste momento de crise e distanciamento, vários negócios e empresas foram obrigadas a se readaptar, transferindo parte de suas operações para a internet, seja na criação de delivery ou migrando para a venda on-line.
O novo normal nada mais é que a expansão de nossa percepção para as novas tecnologias já existentes, que ganham cada vez mais evidência e, especialmente cobrindo o espaço deixado pelo distanciamento e isolamento.
O impacto é tanto que se percebe a tendência de diminuição dos locais de trabalho e aumento da residência. Inclusive, de fechar o escritório e partir para um rumo 100% de home office.
Com a percepção da importância destas ferramentas, certamente velhas práticas estão se atualizando e redefinindo os espaços e tendências organizacionais.
Um dos exemplos atuais é a possibilidade da aplicação da telemedicina, garantindo aos médicos e profissionais de saúde o atendimento remoto de seus pacientes e afastando, ainda que momentaneamente, o médico do contato e possível contaminação.
A telemedicina como vista atualmente era vetada no Brasil, sendo possibilitada esse ano pela Lei n.º 13.989/2020 e regulamentada pela portaria 467/2020 e resolução CFM nº 1.643/2002.
Ora, uma das profissões mais tradicionais começa a abrir um precedente legal e prático para balizar a possibilidade da telemedicina de maneira mais ampla. Claro que a liberação está condicionada ao COVID-19, no entanto, o afrouxamento do conservadorismo com a abertura do diálogo é extremamente importante.
Com o ambiente da pandemia, surge não apenas a necessidade de protegermos os profissionais de saúde que estão no front de batalha, mas de expandir o monitoramento dos infectados e doentes para garantirmos melhores estratégias e evitar a falência hospitalar.
Em momentos de crise, a disrupção torna-se mais fácil, pois permite o diálogo sem o engesso do conservadorismo e preconceito.
Aplicativos de comunicação substituirão e preencherão cada vez mais o espaço profissional e social como ferramentas do dia-a-dia, tão importante como agenda ou a própria caneta.
Cenários assim levam os sistemas Jurídicos e Legislativos a incorporarem medidas disruptivas na produção jurisprudencial e legal para garantir segurança jurídica. O direito deve acompanhar sempre a sociedade e não o contrário.
A ausência de precedente legal, ou seja, não termos lei para isso, não pode resultar na impossibilidade ou atuar na contramão do crescimento da sociedade, impondo um novo paradigma e debate.
E caro leitor, o comentário acima não apenas se aplica ao jurista ou advogado, mas também ao empreendedor, profissional de RH, administrador, etc.
As ideias e inovações surgem desta base, competindo muitas vezes ao advogado instrumentalizar e defender ela em algum processo ou algo assim.
Veja-se o debate da telemedicina somente voltou para a solução de um problema: proteger os médicos e agentes de saúde que estão a frente da guerra, sendo a resposta: soluções tecnológicas que foram abertas mediante medidas judiciais.
O novo mundo ou o novo normal é nosso despertar para as soluções disruptivas a fim de derrubar fronteiras. Onde há oportunidade sempre haverá o crescimento e o aprendizado.
Apesar do momento sombrio que vivemos e as diferentes narrativas, a superação criativa deve sempre abrir caminho, oportunizando o crescimento social e moral, inclusive, transpondo barreiras inimagináveis.
Com um pouco de esperança e criatividade, a persistência não apenas vencerá a crise da pandemia, mas desvendará o novo mundo e os novos relacionamentos.
E por fim, num momento destes, a mensagem final deve sempre ser de esperança e resiliência.
Prepare-se, estude, persista e inove. A crise levará muita coisa, porém, nunca a esperança.
Mario Afonso Broggio
Advogado e Consultor
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